A gente não é pobre por não ter nada…

A gente não é pobre por não ter nada…

Vinha com o Artur (nome fictício), homem já maduro, extremamente simpático, com longa história de vida, infelizmente marcada por turbulências, primeiro divorciado, depois deprimido e golpeado pela culpa, a seguir drogado e inquilino de várias prisões, internacional das “grades”…; que a droga entorta caminhos, descoordena vidas, atrofia liberdades, baralha pensamentos e ações.

Mas agora o Artur estava em liberdade; fez caminho de recuperação da toxicodependência, na prisão e no Projeto-Homem de Braga; tem, de novo, a vida pela frente.

Só que precisa de encontrar sustento, autonomia, uma profissão…

E ele tem possibilidades de singrar, possuidor que é de impressionantes talentos. Faz caricaturas a partir de fio de croché…

Que alegria a da Teresa (nome fictício do Anjo da Guarda do Artur), quando lhe disse que o Museu Pio XII teria todo o gosto em colaborar com a valência da reinserção social do Projeto-Homem, em apoiar o Artur, em expor as suas obras, em abrir hipóteses de contribuição aos visitantes, a fim de ele poder ganhar para um “quartito” e começar a alimentar-se e a vestir-se com o fruto do seu trabalho, levando uma vida honesta, vivendo com o suor do seu rosto.

A Teresa sorria… aquele sorriso bonito da bondade, da ressurreição iminente, da cena do filho que começa a gatinhar, a caminhar pelos próprios pés…

Fixaram-se a data da exposição e os timing’s de execução das peças a expor; compraram-se materiais.

Como me senti feliz, ao vê-los felizes!

Depois lá fui ouvindo mais histórias, de outros “filhos” da Teresa, frutos não da carne, mas de um coração imenso, de um sorriso contagiante, de uma caridade que brilha como o sol.

O tempo a passar, lá voltei ao contacto: então a exposição, vai ou não?!

Notei-lhe tristeza na voz embargada. O Artur recaiu. Estamos a tentar recuperá-lo. Mas há tanta burocracia a superar… (Fiquei até com a ideia de que a culpa era da burocracia…). Mas ele vai conseguir. Vamos tentar sempre, até ao fim. Se não for agora, será daqui a pouco.

E foi assim que voltei a ser contagiado pela Teresa, pela sua vontade indómita de ajudar, pela sua invencível esperança, pelo seu terno sorriso (às vezes dorido), pelo seu enorme coração.

Sei que tem “filhos” já verdadeiramente ressuscitados. Pois, então, que o Artur volte à vida. Por ele. Por todos nós. Pelo Museu Pio XII que o quer receber. Pela Teresa e por quem tanto nele tem apostado.

Mas independentemente do desfecho de tudo isto, seja Deus louvado pela bondade, pela caridade persistente, pela generosidade desprendida e corajosa, por todos quanto dão a mão à espera de nada, por todos os sorrisos bonitos, por todos os corações enormes.

O Artur está muito contente com o bem que lhe têm feito, e até me escreveu (peço perdão pela inconfidência!):

“Devo agradecer a muita gente e a forma mais importante para fazê-lo é… manter-me com a cabeça levantada e seguir agradecido a quantos me ajudaram e me deram um carinho especial. Sem esquecer a Deus…por ter posto no meu caminho as pessoas indicadas.

«A gente não é pobre por não ter nada, mas sim por não ter fé nos seus sonhos para realizar»”.

Obrigado, ó Deus, por tudo e todos quantos no mundo ainda nos incentivam a fazer o bem e nos dão vontade de viver!

 

 

Cón. José Paulo Leite de Abreu

Presidente da Confraria de Nossa Senhora do Sameiro

A gente não é pobre por não ter nada…

Vinha com o Artur (nome fictício), homem já maduro, extremamente simpático, com longa história de vida, infelizmente marcada por turbulências, primeiro divorciado, depois deprimido e golpeado pela culpa, a seguir drogado e inquilino de várias prisões, internacional das “grades”…; que a droga entorta caminhos, descoordena vidas, atrofia liberdades, baralha pensamentos e ações.

Mas agora o Artur estava em liberdade; fez caminho de recuperação da toxicodependência, na prisão e no Projeto-Homem de Braga; tem, de novo, a vida pela frente.

Só que precisa de encontrar sustento, autonomia, uma profissão…

E ele tem possibilidades de singrar, possuidor que é de impressionantes talentos. Faz caricaturas a partir de fio de croché…

Que alegria a da Teresa (nome fictício do Anjo da Guarda do Artur), quando lhe disse que o Museu Pio XII teria todo o gosto em colaborar com a valência da reinserção social do Projeto-Homem, em apoiar o Artur, em expor as suas obras, em abrir hipóteses de contribuição aos visitantes, a fim de ele poder ganhar para um “quartito” e começar a alimentar-se e a vestir-se com o fruto do seu trabalho, levando uma vida honesta, vivendo com o suor do seu rosto.

A Teresa sorria… aquele sorriso bonito da bondade, da ressurreição iminente, da cena do filho que começa a gatinhar, a caminhar pelos próprios pés…

Fixaram-se a data da exposição e os timing’s de execução das peças a expor; compraram-se materiais.

Como me senti feliz, ao vê-los felizes!

Depois lá fui ouvindo mais histórias, de outros “filhos” da Teresa, frutos não da carne, mas de um coração imenso, de um sorriso contagiante, de uma caridade que brilha como o sol.

O tempo a passar, lá voltei ao contacto: então a exposição, vai ou não?!

Notei-lhe tristeza na voz embargada. O Artur recaiu. Estamos a tentar recuperá-lo. Mas há tanta burocracia a superar… (Fiquei até com a ideia de que a culpa era da burocracia…). Mas ele vai conseguir. Vamos tentar sempre, até ao fim. Se não for agora, será daqui a pouco.

E foi assim que voltei a ser contagiado pela Teresa, pela sua vontade indómita de ajudar, pela sua invencível esperança, pelo seu terno sorriso (às vezes dorido), pelo seu enorme coração.

Sei que tem “filhos” já verdadeiramente ressuscitados. Pois, então, que o Artur volte à vida. Por ele. Por todos nós. Pelo Museu Pio XII que o quer receber. Pela Teresa e por quem tanto nele tem apostado.

Mas independentemente do desfecho de tudo isto, seja Deus louvado pela bondade, pela caridade persistente, pela generosidade desprendida e corajosa, por todos quanto dão a mão à espera de nada, por todos os sorrisos bonitos, por todos os corações enormes.

O Artur está muito contente com o bem que lhe têm feito, e até me escreveu (peço perdão pela inconfidência!):

“Devo agradecer a muita gente e a forma mais importante para fazê-lo é… manter-me com a cabeça levantada e seguir agradecido a quantos me ajudaram e me deram um carinho especial. Sem esquecer a Deus…por ter posto no meu caminho as pessoas indicadas.

«A gente não é pobre por não ter nada, mas sim por não ter fé nos seus sonhos para realizar»”.

Obrigado, ó Deus, por tudo e todos quantos no mundo ainda nos incentivam a fazer o bem e nos dão vontade de viver!

 

 

Cón. José Paulo Leite de Abreu

Presidente da Confraria de Nossa Senhora do Sameiro

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