Alô, avós – Alô pais – Alô, educadores…

Alô, avós – Alô pais – Alô, educadores…

Esteve entre nós e proferiu uma série de conferências sobre o genérico título: “Pensar o futuro da Igreja ou construir a Igreja do futuro”. Particularmente interessantes foram as considerações sobre “O tempo das igrejas vazias… de adultos”.

Também de sua autoria – falo de Armando Matteo – é o livro “A Primeira Geração Incrédula. A Difícil Relação Entre os Jovens e a Fé” (ed. Paulinas).

Neste último livro referem-se as igrejas vazias, as paróquias que se vão despovoando, as associações de fiéis que registam assinalável abrandamento, os sinais evidentes de neopaganismo, o declínio das vocações, a perda de credibilidade ligada a escândalos pedófilos, o diminuendo de recursos financeiros para a ação pastoral …

Concretizando nos jovens, Matteo diz-nos que para eles a fé é uma língua estrangeira. São «a primeira geração incrédula» do Ocidente: “uma geração que não se põe contra Deus nem contra a Igreja, mas uma geração que está a aprender a viver sem Deus e sem a Igreja”.

Os principais sinais de incredulidade e desinteresse em relação a Deus e à Igreja são três: “uma ignorância profunda da cultura bíblica; uma escassa participação na formação cristã pós-crismal; uma notável desenvoltura na deserção da assembleia eucarística dominical”.

Completando a análise, a vida do jovens “acusa uma surdez geral a tudo quanto diga respeito a Deus, à fé, à oração, à comunidade. Uma surdez que denota incredulidade, ou seja, uma ausência de antenas para aquilo que a Igreja é e realiza, quando vive e celebra o Evangelho. Uma surdez, ainda, aprovada por uma cultura difusa completamente estranha ao Cristianismo e por mais uma recente vaga de ressentimento anticatólico, que tem influenciado fortemente as novas gerações”.

Claro que esta análise que acabo de exarar não esgota a realidade. Mas faz parte (substancial) da realidade. E faz-nos pensar – no presente e no futuro.

Mas não me quero distanciar do autor que estou a rastrear. E transcrevo, de seguida, alguns pensamentos que desafiam os pais, os avós e os demais educadores. Colhamos os textos e deixemos que nos interpelem a todos:

– “estes rapazes e estas raparigas, estes jovens da «primeira geração incrédula», não surgem do nada. Trata-se, com efeito, de uma geração à qual ninguém narrou nem testemunhou a força, a beleza, a importância humana da fé; de uma geração que ninguém ajudou a desenvolver o sentido da transcendência, […] da oração, da comunidade […]”;

– “No Ocidente, durante um período muito longo, a transmissão da fé era uma simples questão «de casa», não de Igreja. Nascer e tornar-se cristão eram acontecimentos que ocorriam em perfeita sintonia. Para usar uma imagem muito plástica, aprendia-se a fé enquanto se era amamentado pela própria mãe”; “a comunidade dos crentes, no passado, podia confiar seguramente nesta mistagogia anónima e válida do mistério cristão, realizado pelas avós, pelas mães e pelas professoras”;

– “A certa altura, esta correia de transmissão entre as gerações viria a ser quebrada. […] hoje em dia, nascer e tornar-se cristão são duas coisas diferentes”.

– “Eis agora a novidade do nosso tempo: os jovens não recebem informação nenhuma acerca da verdadeira conveniência da fé, não sabem por que razão deveriam crer ou por que razão deveriam rezar. Como resultado, abandonam a Igreja mal recebem o sacramento do Crisma, mantêm-se à devida distância das paróquias […], não se preocupam com o seu analfabetismo cristão, […] não se apercebem […] da íntima necessidade de celebrar o dia do Senhor como momento para recolher e relançar a grande aventura que é a vida de cada um de nós. Ninguém os ajudou a desenvolver, no seu coração, antenas para Deus. São incrédulos, pura e simplesmente incrédulos”.

Infelizmente o fenómeno até já se manifesta antes da juventude: quantas crianças, antes da primeira comunhão, não têm que receber, no mesmo dia, minutos antes, o batismo? Quantas não aparecem, por alturas dessa primeira comunhão, sem saberem fazer o sinal da cruz?! Ou rezar a Ave-Maria e o Pai Nosso?

Concluindo, por hoje: onde estão os pais, os avós, os educadores? Que temos vindo a transmitir?  Que presente vivemos e… que futuro desenhamos?!

Concordo com quem diz que, em tantos e tantos casos, não existem pecados por ação. Peca-se muito mais por omissão!

 

 

Cón. José Paulo Leite de Abreu

Presidente da Confraria de Nossa Senhora do Sameiro

Alô, avós – Alô pais – Alô, educadores…

Esteve entre nós e proferiu uma série de conferências sobre o genérico título: “Pensar o futuro da Igreja ou construir a Igreja do futuro”. Particularmente interessantes foram as considerações sobre “O tempo das igrejas vazias… de adultos”.

Também de sua autoria – falo de Armando Matteo – é o livro “A Primeira Geração Incrédula. A Difícil Relação Entre os Jovens e a Fé” (ed. Paulinas).

Neste último livro referem-se as igrejas vazias, as paróquias que se vão despovoando, as associações de fiéis que registam assinalável abrandamento, os sinais evidentes de neopaganismo, o declínio das vocações, a perda de credibilidade ligada a escândalos pedófilos, o diminuendo de recursos financeiros para a ação pastoral …

Concretizando nos jovens, Matteo diz-nos que para eles a fé é uma língua estrangeira. São «a primeira geração incrédula» do Ocidente: “uma geração que não se põe contra Deus nem contra a Igreja, mas uma geração que está a aprender a viver sem Deus e sem a Igreja”.

Os principais sinais de incredulidade e desinteresse em relação a Deus e à Igreja são três: “uma ignorância profunda da cultura bíblica; uma escassa participação na formação cristã pós-crismal; uma notável desenvoltura na deserção da assembleia eucarística dominical”.

Completando a análise, a vida do jovens “acusa uma surdez geral a tudo quanto diga respeito a Deus, à fé, à oração, à comunidade. Uma surdez que denota incredulidade, ou seja, uma ausência de antenas para aquilo que a Igreja é e realiza, quando vive e celebra o Evangelho. Uma surdez, ainda, aprovada por uma cultura difusa completamente estranha ao Cristianismo e por mais uma recente vaga de ressentimento anticatólico, que tem influenciado fortemente as novas gerações”.

Claro que esta análise que acabo de exarar não esgota a realidade. Mas faz parte (substancial) da realidade. E faz-nos pensar – no presente e no futuro.

Mas não me quero distanciar do autor que estou a rastrear. E transcrevo, de seguida, alguns pensamentos que desafiam os pais, os avós e os demais educadores. Colhamos os textos e deixemos que nos interpelem a todos:

– “estes rapazes e estas raparigas, estes jovens da «primeira geração incrédula», não surgem do nada. Trata-se, com efeito, de uma geração à qual ninguém narrou nem testemunhou a força, a beleza, a importância humana da fé; de uma geração que ninguém ajudou a desenvolver o sentido da transcendência, […] da oração, da comunidade […]”;

– “No Ocidente, durante um período muito longo, a transmissão da fé era uma simples questão «de casa», não de Igreja. Nascer e tornar-se cristão eram acontecimentos que ocorriam em perfeita sintonia. Para usar uma imagem muito plástica, aprendia-se a fé enquanto se era amamentado pela própria mãe”; “a comunidade dos crentes, no passado, podia confiar seguramente nesta mistagogia anónima e válida do mistério cristão, realizado pelas avós, pelas mães e pelas professoras”;

– “A certa altura, esta correia de transmissão entre as gerações viria a ser quebrada. […] hoje em dia, nascer e tornar-se cristão são duas coisas diferentes”.

– “Eis agora a novidade do nosso tempo: os jovens não recebem informação nenhuma acerca da verdadeira conveniência da fé, não sabem por que razão deveriam crer ou por que razão deveriam rezar. Como resultado, abandonam a Igreja mal recebem o sacramento do Crisma, mantêm-se à devida distância das paróquias […], não se preocupam com o seu analfabetismo cristão, […] não se apercebem […] da íntima necessidade de celebrar o dia do Senhor como momento para recolher e relançar a grande aventura que é a vida de cada um de nós. Ninguém os ajudou a desenvolver, no seu coração, antenas para Deus. São incrédulos, pura e simplesmente incrédulos”.

Infelizmente o fenómeno até já se manifesta antes da juventude: quantas crianças, antes da primeira comunhão, não têm que receber, no mesmo dia, minutos antes, o batismo? Quantas não aparecem, por alturas dessa primeira comunhão, sem saberem fazer o sinal da cruz?! Ou rezar a Ave-Maria e o Pai Nosso?

Concluindo, por hoje: onde estão os pais, os avós, os educadores? Que temos vindo a transmitir?  Que presente vivemos e… que futuro desenhamos?!

Concordo com quem diz que, em tantos e tantos casos, não existem pecados por ação. Peca-se muito mais por omissão!

 

 

Cón. José Paulo Leite de Abreu

Presidente da Confraria de Nossa Senhora do Sameiro

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