Todos a ti confiamos, Senhora do Caminho, Irmã da Estrada!
O anúncio chegou pelo Arcanjo Gabriel. Maria, Virgem de Nazaré, por Deus preservada de toda a mácula, foi escolhida para mãe do Salvador. Toda a expectativa do Povo de Israel se concretiza. Um tempo nove irrompe. Entramos na Nova Aliança. O Redentor assume a carne humana.
Maria acolhe o mensageiro. Dispõe-se a colaborar. O “sim” dá livre curso ao querer de Deus. E Nossa Senhora faz-nos depois perceber o que significa encontrar-se com Deus, executar o Seu querer, o Seu plano: saiu, fez-se à estrada, torna-se peregrina, vai ao encontro de Isabel, corre para a montanha, para outra região, sem relógio, com pressa para chegar, sem hora para retornar. Maria é a mulher do caminho, a irmã do caminho, a Senhora Peregrina.
Na viagem seguinte, Nossa Senhora dirige-se a Belém. Um curral de animais torna-se a casa de Jesus. A imaginação e o coração de Maria conseguem transformar, “com uns pobres paninhos e uma montanha de ternura” (parafraseando o Papa Francisco), conseguem transformar – dizíamos, a inospitalidade e rudeza do espaço, num berço acolhedor.
Proteger o Menino da brutalidade de Herodes; cumprir, mais uma vez, o querer de Deus, manifestado através de um sonho a José; e eis de novo Maria a caminho, com a restante família de Nazaré, desta feita rumo ao Egito. Pelo tempo necessário. Enquanto Deus determina. A âncora lançada sempre e só n’Ele. A Mãe não falha quando é preciso cuidar do Filho, da família, da humanidade…
Em cada Páscoa, Maria ruma a Jerusalém. Há que cumprir com os deveres para com Deus, em comunhão, em sintonia com a comunidade, no meio do povo, com o povo, espalhando o perfume do bom testemunho.
A perturbação estreitava sobre a mesa dos noivos, em Canã. O vinho (que é símbolo da alegria, da comunicação, da comunhão festiva) estava a faltar naquele casamento, realidade que se aplica a tantos casamentos e famílias. Quem se apercebe da falta do vinho?! Quem alerta Jesus?! Quem provoca o reaparecimento do vinho (com o que ele significa) sobre a mesa, confiando no poder de Jesus?! – Eis a Mãe peregrina, em Canã da Galileia, na ajuda aos noivos, a todas as famílias.
Quando lhe dizem que o filho está louco, Maria volta à estrada, preocupada com o que ouve. Jesus aproveita para nos abrir um caminho de intimidade: “Minha mãe e meus irmãos são os que ouvem a Palavra de Deus e a põe em prática”.
A Peregrina também está lá, quando no itinerário aparece o Calvário. A Mãe não foge. A Mãe consola, acompanha, participa, volta a envolver com uma montanha de ternura a aspereza do caminho de Jesus. Junto à cruz, ei-la de pé, firme, partícipe, solidária, terna e colaborante.
Vendo os discípulos desanimados, Nossa Senhora descobriu o Cenáculo, para encorajar, para confirmar na fé, para centrar e fortalecer corações, para espalhar ânimo, confiança, resiliência.
Comentando as viagens de Nossa Senhora, Manuel Morujão, sacerdote jesuíta, escreve: “Estas viagens têm uma caraterística: nunca foram caminhos fáceis, exigiram coragem e paciência. Dizem-nos que Nossa Senhora conhece as subidas, conhece as nossas subidas: é nossa irmã no caminho. Especialista em trabalhar duro, sabe como tomar-nos pela mão nas asperezas, quando nos encontramos perante as viragens mais acentuadas da vida”.
Senhora Peregrina, irmã do caminho, continua connosco: com os nossos jovens que procuram sentido para a vida e caminhos de realização; com as nossas famílias, onde tantas vezes falta o “vinho da alegria”; com este mundo onde os Herodes continuam a querer matar; com os resistentes ao plano de Deus; com os que vacilam e deprimem; com os que desacreditam; com os que sofrem.
Todos a ti confiamos, Senhora do Caminho, Virgem Peregrina, Irmã da Estrada!
Cón. José Paulo Leite de Abreu
Presidente da Confraria de Nossa Senhora do Sameiro
Todos a ti confiamos, Senhora do Caminho, Irmã da Estrada!
O anúncio chegou pelo Arcanjo Gabriel. Maria, Virgem de Nazaré, por Deus preservada de toda a mácula, foi escolhida para mãe do Salvador. Toda a expectativa do Povo de Israel se concretiza. Um tempo nove irrompe. Entramos na Nova Aliança. O Redentor assume a carne humana.
Maria acolhe o mensageiro. Dispõe-se a colaborar. O “sim” dá livre curso ao querer de Deus. E Nossa Senhora faz-nos depois perceber o que significa encontrar-se com Deus, executar o Seu querer, o Seu plano: saiu, fez-se à estrada, torna-se peregrina, vai ao encontro de Isabel, corre para a montanha, para outra região, sem relógio, com pressa para chegar, sem hora para retornar. Maria é a mulher do caminho, a irmã do caminho, a Senhora Peregrina.
Na viagem seguinte, Nossa Senhora dirige-se a Belém. Um curral de animais torna-se a casa de Jesus. A imaginação e o coração de Maria conseguem transformar, “com uns pobres paninhos e uma montanha de ternura” (parafraseando o Papa Francisco), conseguem transformar – dizíamos, a inospitalidade e rudeza do espaço, num berço acolhedor.
Proteger o Menino da brutalidade de Herodes; cumprir, mais uma vez, o querer de Deus, manifestado através de um sonho a José; e eis de novo Maria a caminho, com a restante família de Nazaré, desta feita rumo ao Egito. Pelo tempo necessário. Enquanto Deus determina. A âncora lançada sempre e só n’Ele. A Mãe não falha quando é preciso cuidar do Filho, da família, da humanidade…
Em cada Páscoa, Maria ruma a Jerusalém. Há que cumprir com os deveres para com Deus, em comunhão, em sintonia com a comunidade, no meio do povo, com o povo, espalhando o perfume do bom testemunho.
A perturbação estreitava sobre a mesa dos noivos, em Canã. O vinho (que é símbolo da alegria, da comunicação, da comunhão festiva) estava a faltar naquele casamento, realidade que se aplica a tantos casamentos e famílias. Quem se apercebe da falta do vinho?! Quem alerta Jesus?! Quem provoca o reaparecimento do vinho (com o que ele significa) sobre a mesa, confiando no poder de Jesus?! – Eis a Mãe peregrina, em Canã da Galileia, na ajuda aos noivos, a todas as famílias.
Quando lhe dizem que o filho está louco, Maria volta à estrada, preocupada com o que ouve. Jesus aproveita para nos abrir um caminho de intimidade: “Minha mãe e meus irmãos são os que ouvem a Palavra de Deus e a põe em prática”.
A Peregrina também está lá, quando no itinerário aparece o Calvário. A Mãe não foge. A Mãe consola, acompanha, participa, volta a envolver com uma montanha de ternura a aspereza do caminho de Jesus. Junto à cruz, ei-la de pé, firme, partícipe, solidária, terna e colaborante.
Vendo os discípulos desanimados, Nossa Senhora descobriu o Cenáculo, para encorajar, para confirmar na fé, para centrar e fortalecer corações, para espalhar ânimo, confiança, resiliência.
Comentando as viagens de Nossa Senhora, Manuel Morujão, sacerdote jesuíta, escreve: “Estas viagens têm uma caraterística: nunca foram caminhos fáceis, exigiram coragem e paciência. Dizem-nos que Nossa Senhora conhece as subidas, conhece as nossas subidas: é nossa irmã no caminho. Especialista em trabalhar duro, sabe como tomar-nos pela mão nas asperezas, quando nos encontramos perante as viragens mais acentuadas da vida”.
Senhora Peregrina, irmã do caminho, continua connosco: com os nossos jovens que procuram sentido para a vida e caminhos de realização; com as nossas famílias, onde tantas vezes falta o “vinho da alegria”; com este mundo onde os Herodes continuam a querer matar; com os resistentes ao plano de Deus; com os que vacilam e deprimem; com os que desacreditam; com os que sofrem.
Todos a ti confiamos, Senhora do Caminho, Virgem Peregrina, Irmã da Estrada!
Cón. José Paulo Leite de Abreu
Presidente da Confraria de Nossa Senhora do Sameiro