Um passeio por entre as maravilhas do mundo!
O Joãozinho não escrevia. O lápis repousava-lhe por entre os dedos. Estava tolhido. Pensava consigo: se escrevo o que me vai na alma, os meus colegas vão rir-se de mim. Que hei-de fazer?!
A professora sacudiu-o: Joãozinho, tens mesmo de escrever. Isto faz parte da avaliação. Não está à tua escolha. É para andar…
Na verdade, a mestra tinha pedido a todos os alunos redigissem uma composição sobre as maravilhas do mundo, conforme a opinião de cada um deles.
E os miúdos lá foram escrevendo: os jardins suspensos da Babilónia; o Taj Mahal (na Índia); as cataratas do Niágara; as Pirâmides do Egito; a Muralha da China; o Serengeti (no norte da Tanzânia e sudoeste do Quénia); o Grande Canyon; a Basílica de São Pedro …
A custo, o Joãozinho pôs finalmente o lápis em movimento, desenquadrado de tudo e de todos. E assim rabiscou: para mim, as sete maravilhas do mundo são… ver… ouvir… tocar… provar… sentir… rir… e amar.
Ao ser lida a composição, afinal, ninguém na turma se riu. Antes, todos se recolheram em absoluto silêncio. Sobre todos parecia ter caído uma chuva de lucidez que os fez perceber o quão maravilhosas são algumas coisas corriqueiras da vida, a que normalmente não damos importância, mas sem as quais tudo o resto seria balofo.
Então são essas coisas do dia-a-dia que hoje quero resgatar da amnésia, que hoje quero agradecer.
Mas quero agradecer ainda, a Deus – confesso-o claramente – pelo dom que é a minha família, pelos companheiros de viagem, pelas pessoas que me anicham no seu coração, por quantos me oferecem sorrisos, por tantos cireneus, por tanto carinho, por tanta bondade, por tanta generosidade. Também por aqueles que me ajudam a ganhar o céu, a treinar a paciência, o dominar fúrias, a exercitar a misericórdia.
Quero ainda agradecer a Deus a Sua presença, o Seu amor infinito palpável e visível em Jesus, renovado e perene pela força do Espírito. Agradeço o Natal, a Eucaristia, a Páscoa, o Pentecostes. E agradeço a Mãe que herdei, coberta de carinho, solicitude, proteção e doçura.
Também estou grato pelos pés que percorrem caminhos, pelas mãos que aos outros se abrem, pela capacidade de pensar, pela saúde, até pela doença que faz perceber a existência do além e suscita tantos heroísmos.
Agradeço a quantos trabalham nos sítios por onde passo ou exerço a minha diaconia. E lembro-me em primeiro lugar daqueles(as) que limpam, carregam pesos, aturam maus feitios e educações menos esmeradas, cuidam dos papéis, trabalham a desoras, arrumam lixos e formoseiam jardins, tudo preparam (“andaimes” humanos) para que as obras possam resplandecer.
Também não esqueço – creio que a Deus devemos agradecer, o teto que nos cobre, a roupa que nos veste, o alimento que nos mantém firmes e operantes, a água com que nos lavamos ou cozinhamos ou regamos o que há-de frutificar e florir… Agradeço até o calçado que nos protege os pés, a escova ou o pente que nos põe jeitosos(as), a pasta dentífrica que nos mantém os dentes sadios e prontos para a foto, o gel de banho e o champô que nos põem cheirosos e envernizados.
E que dizer desses dons que nos trazem o mundo e nos abrem ao mundo?! – TV’s, computadores, internet’s, cabos e mais cabos, digitais e mais digitais, bluetooth’s e Tabletes, rádios e jornais… E, já agora, os lítios, as pilhas e a luz… E os carros, os navios, os aviões, as bicicletas, os comboios…
Falámos em luz. Que tal agradecermos o sol, a lua, os rios, os mares, os animais, as árvores e plantas, enfim, todo o universo, estonteante beleza por Deus criada e à nossa fruição oferecida?!
Uf! Tanto para agradecer. Tanto para louvar. Tanto para bendizer.
Obrigado, ó Deus. Obrigado!
Cón. José Paulo Leite de Abreu
Presidente da Confraria de Nossa Senhora do Sameiro
Um passeio por entre as maravilhas do mundo!
O Joãozinho não escrevia. O lápis repousava-lhe por entre os dedos. Estava tolhido. Pensava consigo: se escrevo o que me vai na alma, os meus colegas vão rir-se de mim. Que hei-de fazer?!
A professora sacudiu-o: Joãozinho, tens mesmo de escrever. Isto faz parte da avaliação. Não está à tua escolha. É para andar…
Na verdade, a mestra tinha pedido a todos os alunos redigissem uma composição sobre as maravilhas do mundo, conforme a opinião de cada um deles.
E os miúdos lá foram escrevendo: os jardins suspensos da Babilónia; o Taj Mahal (na Índia); as cataratas do Niágara; as Pirâmides do Egito; a Muralha da China; o Serengeti (no norte da Tanzânia e sudoeste do Quénia); o Grande Canyon; a Basílica de São Pedro …
A custo, o Joãozinho pôs finalmente o lápis em movimento, desenquadrado de tudo e de todos. E assim rabiscou: para mim, as sete maravilhas do mundo são… ver… ouvir… tocar… provar… sentir… rir… e amar.
Ao ser lida a composição, afinal, ninguém na turma se riu. Antes, todos se recolheram em absoluto silêncio. Sobre todos parecia ter caído uma chuva de lucidez que os fez perceber o quão maravilhosas são algumas coisas corriqueiras da vida, a que normalmente não damos importância, mas sem as quais tudo o resto seria balofo.
Então são essas coisas do dia-a-dia que hoje quero resgatar da amnésia, que hoje quero agradecer.
Mas quero agradecer ainda, a Deus – confesso-o claramente – pelo dom que é a minha família, pelos companheiros de viagem, pelas pessoas que me anicham no seu coração, por quantos me oferecem sorrisos, por tantos cireneus, por tanto carinho, por tanta bondade, por tanta generosidade. Também por aqueles que me ajudam a ganhar o céu, a treinar a paciência, o dominar fúrias, a exercitar a misericórdia.
Quero ainda agradecer a Deus a Sua presença, o Seu amor infinito palpável e visível em Jesus, renovado e perene pela força do Espírito. Agradeço o Natal, a Eucaristia, a Páscoa, o Pentecostes. E agradeço a Mãe que herdei, coberta de carinho, solicitude, proteção e doçura.
Também estou grato pelos pés que percorrem caminhos, pelas mãos que aos outros se abrem, pela capacidade de pensar, pela saúde, até pela doença que faz perceber a existência do além e suscita tantos heroísmos.
Agradeço a quantos trabalham nos sítios por onde passo ou exerço a minha diaconia. E lembro-me em primeiro lugar daqueles(as) que limpam, carregam pesos, aturam maus feitios e educações menos esmeradas, cuidam dos papéis, trabalham a desoras, arrumam lixos e formoseiam jardins, tudo preparam (“andaimes” humanos) para que as obras possam resplandecer.
Também não esqueço – creio que a Deus devemos agradecer, o teto que nos cobre, a roupa que nos veste, o alimento que nos mantém firmes e operantes, a água com que nos lavamos ou cozinhamos ou regamos o que há-de frutificar e florir… Agradeço até o calçado que nos protege os pés, a escova ou o pente que nos põe jeitosos(as), a pasta dentífrica que nos mantém os dentes sadios e prontos para a foto, o gel de banho e o champô que nos põem cheirosos e envernizados.
E que dizer desses dons que nos trazem o mundo e nos abrem ao mundo?! – TV’s, computadores, internet’s, cabos e mais cabos, digitais e mais digitais, bluetooth’s e Tabletes, rádios e jornais… E, já agora, os lítios, as pilhas e a luz… E os carros, os navios, os aviões, as bicicletas, os comboios…
Falámos em luz. Que tal agradecermos o sol, a lua, os rios, os mares, os animais, as árvores e plantas, enfim, todo o universo, estonteante beleza por Deus criada e à nossa fruição oferecida?!
Uf! Tanto para agradecer. Tanto para louvar. Tanto para bendizer.
Obrigado, ó Deus. Obrigado!
Cón. José Paulo Leite de Abreu
Presidente da Confraria de Nossa Senhora do Sameiro