Zé e Jesus

Zé e Jesus

Encantou-me pela simplicidade, pela inocência. Mas também pela lição, pela “moral” da estória.

E esta assim se conta (empresto-lhe apenas alguns retoques):

O Zé era um homem simples e devoto. No caminho para o trabalho, parava sempre na Igreja, deixando a enxada à porta. Postado diante da imagem de Jesus crucificado, olhava para Ele e dizia-Lhe: “Jesus, é o Zé”. E ia-se embora.

“Dias e dias passaram, até que o padre daquela igreja resolveu um dia perguntar àquele homem simples, analfabeto o que é que ele fazia diante da imagem todos os dias, sendo que ele não sabia rezar. O homem respondeu ao padre: eu chego aqui, olho para Ele, Ele olha para mim, eu digo: Jesus, é o Zé, e vou-me embora.

Certo dia, este homem simples adoeceu e ficou internado por alguns dias num hospital. As enfermeiras perceberam que houve uma grande melhoria em todos os pacientes. E perguntam: por que é que vocês melhoraram tão rápido? Eles responderam que era por causa da visita que o Zé recebia todos os dias. As enfermeiras ficaram admiradas, pois nunca viram ninguém visitar o Zé. Foram então ao quarto do Zé e perguntaram: quem te visita todos os dias, sendo que nunca o vimos?! E o Zé respondeu: sabe, aquela cadeira que está ali?!… Pois é: Ele vem todos os dias à mesma hora, senta-se ali e fala: Zé, é Jesus e vai-se embora”.

 

Desconheço o autor deste conto. Peço-lhe perdão pelo roubo que lhe estou a fazer. Mas não resisti à paráfrase e à partilha.

Rezar, afinal, é tão simples. É pôr-se assim, qual tela disponível, diante do pintor divino. É dizer-lhe: estou aqui, na minha simplicidade, com o rosto voltado para Ti, com as mãos abertas, o coração disponível. Com o que sou e tenho. Com a minha vida toda. Com o bom e o mau, com o sonho e o pesadelo, com as realizações e os fracassos, com os projetos e as conquistas, com os de minha casa e os da casa dos outros, com a humanidade inteira e o mundo.

Sou o Zé; sou a Maria; sou o Manuel; sou a Teresa… Sou… quem Tu conheces, pelo nome que me foi dado.

De mais palavras não preciso. Tu sabes tudo. Sabes do que necessito, do barro que sou feito, do que os outros esperam, do que a humanidade anseia, da gratidão que sinto por todos os Teus dons, imensos, quotidianos, deliciosos.

Olho para Ti, Jesus. Olhamos para Ti. Olha para nós. Do alto da Tua cruz, lança sobre nós o Teu olhar.

E vamos à vida, enxada de novo na mão, ou o computador, ou o volante, ou os papéis, ou o telemóvel, ou as máquinas… Mas contigo no coração, respirando serenamente a Tua presença, sabendo do Teu olhar protetor poisado na vida que em nós corre…

Muitas palavras?! Muita sabedoria?! Cursos e cursos para aprender a rezar?!

Talvez!

Mas muito mais do que isso, rezar é atirar-se na simplicidade para Ele e dizer-lhe:  Senhor, é o Zé… Sou eu… Eis-me aqui. Abarca-me e abraça-me. Olha-me.

Na cadeira do escritório, da sala, do quarto, do trabalho, sim, também na do quarto da dor e da doença, até já se ouve a voz d’Ele: Zé, Maria, Manuel, Teresa… é Jesus… Estou aqui!

 

 

Cón. José Paulo Leite de Abreu

Presidente da Confraria de Nossa Senhora do Sameiro

 

Zé e Jesus

Encantou-me pela simplicidade, pela inocência. Mas também pela lição, pela “moral” da estória.

E esta assim se conta (empresto-lhe apenas alguns retoques):

O Zé era um homem simples e devoto. No caminho para o trabalho, parava sempre na Igreja, deixando a enxada à porta. Postado diante da imagem de Jesus crucificado, olhava para Ele e dizia-Lhe: “Jesus, é o Zé”. E ia-se embora.

“Dias e dias passaram, até que o padre daquela igreja resolveu um dia perguntar àquele homem simples, analfabeto o que é que ele fazia diante da imagem todos os dias, sendo que ele não sabia rezar. O homem respondeu ao padre: eu chego aqui, olho para Ele, Ele olha para mim, eu digo: Jesus, é o Zé, e vou-me embora.

Certo dia, este homem simples adoeceu e ficou internado por alguns dias num hospital. As enfermeiras perceberam que houve uma grande melhoria em todos os pacientes. E perguntam: por que é que vocês melhoraram tão rápido? Eles responderam que era por causa da visita que o Zé recebia todos os dias. As enfermeiras ficaram admiradas, pois nunca viram ninguém visitar o Zé. Foram então ao quarto do Zé e perguntaram: quem te visita todos os dias, sendo que nunca o vimos?! E o Zé respondeu: sabe, aquela cadeira que está ali?!… Pois é: Ele vem todos os dias à mesma hora, senta-se ali e fala: Zé, é Jesus e vai-se embora”.

 

Desconheço o autor deste conto. Peço-lhe perdão pelo roubo que lhe estou a fazer. Mas não resisti à paráfrase e à partilha.

Rezar, afinal, é tão simples. É pôr-se assim, qual tela disponível, diante do pintor divino. É dizer-lhe: estou aqui, na minha simplicidade, com o rosto voltado para Ti, com as mãos abertas, o coração disponível. Com o que sou e tenho. Com a minha vida toda. Com o bom e o mau, com o sonho e o pesadelo, com as realizações e os fracassos, com os projetos e as conquistas, com os de minha casa e os da casa dos outros, com a humanidade inteira e o mundo.

Sou o Zé; sou a Maria; sou o Manuel; sou a Teresa… Sou… quem Tu conheces, pelo nome que me foi dado.

De mais palavras não preciso. Tu sabes tudo. Sabes do que necessito, do barro que sou feito, do que os outros esperam, do que a humanidade anseia, da gratidão que sinto por todos os Teus dons, imensos, quotidianos, deliciosos.

Olho para Ti, Jesus. Olhamos para Ti. Olha para nós. Do alto da Tua cruz, lança sobre nós o Teu olhar.

E vamos à vida, enxada de novo na mão, ou o computador, ou o volante, ou os papéis, ou o telemóvel, ou as máquinas… Mas contigo no coração, respirando serenamente a Tua presença, sabendo do Teu olhar protetor poisado na vida que em nós corre…

Muitas palavras?! Muita sabedoria?! Cursos e cursos para aprender a rezar?!

Talvez!

Mas muito mais do que isso, rezar é atirar-se na simplicidade para Ele e dizer-lhe:  Senhor, é o Zé… Sou eu… Eis-me aqui. Abarca-me e abraça-me. Olha-me.

Na cadeira do escritório, da sala, do quarto, do trabalho, sim, também na do quarto da dor e da doença, até já se ouve a voz d’Ele: Zé, Maria, Manuel, Teresa… é Jesus… Estou aqui!

 

 

Cón. José Paulo Leite de Abreu

Presidente da Confraria de Nossa Senhora do Sameiro

 

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