
Quem foi o primeiro a amar e de nós gosta tanto assim?!
Fui convidado a celebrar as bodas de diamante de um casal amigo. Uma festa. Das que não se celebram muitas vezes. Com os “noivos” em “muito bom estado”, físico e psíquico. Com os filhos unidos e alegres. Com os netos todos engalanados e, de quando em vez, a assinalarem a sua presença com sons e movimentos.
De louvor foi o tom maior. Pelo amor. Pela família. Pela vida. Pela fé. Por tanta e tanta luta. Por dias de sol e dias de chuva ou até de trovoada. Por conquistas e fracassos. Por sonhos realizados e acertos de rota. Por encantos e frustrações. Por muitas lágrimas e abundantes sorrisos… Mas com o amor sempre vivo!
Como me sinto bem neste lado de cá, do bem-querer, da concórdia, da paz, da solidariedade, dos corações bonitos, dos sentimentos nobres. Preciso deste mundo, qual antídoto a tanto mal-estar por causa dos ódios, das guerras, das destruições, da morte e da violência, das ruínas e dos corações despedaçados, dos ciúmes, das invejas, das prepotências, das tiranias e opressões.
Uma das filhas do casal foi a instrumentista que animou a celebração. Voltou a ganhar calos nos dedos, afinou as cordas da guitarra e lá pôs toda a gente a cantar. Ah, não se esqueçam que o tom maior foi o do agradecimento, do louvor, do dar graças a Deus por tantos e tantos benefícios.
Mas estou a recordar tudo isto, entre outras razões, porque achei belíssima a letra do cântico de entrada. Tenho pegado nela para a rezar mais vezes. Tem poesia, tem encanto, está formulada de um modo suave e perfumado, enche-nos a alma.
Sei que a maioria das vezes rezamos para pedir, o que é normal, dada a nossa contingência e a fé que temos no pronto auxílio que do céu nos vem. Mas a própria Mãe do Céu nos diz que os nossos lábios também sabem exclamar: a minha alma glorifica o Senhor, magnificat, o meu espírito se alegra em Deus meu salvador.
Então podemos todos, inspirados no cântico que aqui estou a evocar, nos sentimentos do casal em festa, na gratidão de Maria, rezar a letra que a seguir se reproduz. É tempo de parar. De saborear. De encher a alma e de perguntar, embebecidos e gratos:
“Quem é que fez o mundo?
Quem inventou o sabor da maçã?
Quem é que inventou as estrelas?
Quem levanta o sol pela manhã?
Quem faz bater as ondas?
Quem faz as árvores crescer?
Quem é que inventou a água?
E me faz a mim viver?
Tudo isto me é dado
Mesmo sem eu o merecer
Se não o recebo como dom
Nunca o saberei agradecer
Quantas vezes bate o coração
Sem nunca depender de mim?
Quem é que sou eu p’ra ti
P’ra gostares de mim assim?
Quem é que inventou a vida?
Quem é que vestiu as flores?
Quem encena o pôr-do-sol?
Quem é que inventou as cores?
Quem faz girar a Terra?
Quem é que encheu o mar?
Quem pintou de azul o céu?
Quem foi o primeiro a amar?”
Que esta oração, caro leitor, sirva de antídoto aos dias pesados, às horas de desânimo, aos momentos em que tudo parece remar contra. Neste mundo que tantas vezes nos entristece, precisamos de oásis, de momentos de contemplação, de recuperar a esperança e a serenidade, de levantar o ânimo e (re)acreditar.
Olhemo-nos e olhemos o mundo pelo lado mais bonito. Olhemos o mundo e olhemo-nos com os olhos de Deus. Afinal, quem inventou as estrelas e o sol pela manhã? Quem foi o primeiro a amar e de nós gosta tanto assim?!
Cón. José Paulo Leite de Abreu
Presidente da Confraria de Nossa Senhora do Sameiro
Quem foi o primeiro a amar e de nós gosta tanto assim?!
Fui convidado a celebrar as bodas de diamante de um casal amigo. Uma festa. Das que não se celebram muitas vezes. Com os “noivos” em “muito bom estado”, físico e psíquico. Com os filhos unidos e alegres. Com os netos todos engalanados e, de quando em vez, a assinalarem a sua presença com sons e movimentos.
De louvor foi o tom maior. Pelo amor. Pela família. Pela vida. Pela fé. Por tanta e tanta luta. Por dias de sol e dias de chuva ou até de trovoada. Por conquistas e fracassos. Por sonhos realizados e acertos de rota. Por encantos e frustrações. Por muitas lágrimas e abundantes sorrisos… Mas com o amor sempre vivo!
Como me sinto bem neste lado de cá, do bem-querer, da concórdia, da paz, da solidariedade, dos corações bonitos, dos sentimentos nobres. Preciso deste mundo, qual antídoto a tanto mal-estar por causa dos ódios, das guerras, das destruições, da morte e da violência, das ruínas e dos corações despedaçados, dos ciúmes, das invejas, das prepotências, das tiranias e opressões.
Uma das filhas do casal foi a instrumentista que animou a celebração. Voltou a ganhar calos nos dedos, afinou as cordas da guitarra e lá pôs toda a gente a cantar. Ah, não se esqueçam que o tom maior foi o do agradecimento, do louvor, do dar graças a Deus por tantos e tantos benefícios.
Mas estou a recordar tudo isto, entre outras razões, porque achei belíssima a letra do cântico de entrada. Tenho pegado nela para a rezar mais vezes. Tem poesia, tem encanto, está formulada de um modo suave e perfumado, enche-nos a alma.
Sei que a maioria das vezes rezamos para pedir, o que é normal, dada a nossa contingência e a fé que temos no pronto auxílio que do céu nos vem. Mas a própria Mãe do Céu nos diz que os nossos lábios também sabem exclamar: a minha alma glorifica o Senhor, magnificat, o meu espírito se alegra em Deus meu salvador.
Então podemos todos, inspirados no cântico que aqui estou a evocar, nos sentimentos do casal em festa, na gratidão de Maria, rezar a letra que a seguir se reproduz. É tempo de parar. De saborear. De encher a alma e de perguntar, embebecidos e gratos:
“Quem é que fez o mundo?
Quem inventou o sabor da maçã?
Quem é que inventou as estrelas?
Quem levanta o sol pela manhã?
Quem faz bater as ondas?
Quem faz as árvores crescer?
Quem é que inventou a água?
E me faz a mim viver?
Tudo isto me é dado
Mesmo sem eu o merecer
Se não o recebo como dom
Nunca o saberei agradecer
Quantas vezes bate o coração
Sem nunca depender de mim?
Quem é que sou eu p’ra ti
P’ra gostares de mim assim?
Quem é que inventou a vida?
Quem é que vestiu as flores?
Quem encena o pôr-do-sol?
Quem é que inventou as cores?
Quem faz girar a Terra?
Quem é que encheu o mar?
Quem pintou de azul o céu?
Quem foi o primeiro a amar?”
Que esta oração, caro leitor, sirva de antídoto aos dias pesados, às horas de desânimo, aos momentos em que tudo parece remar contra. Neste mundo que tantas vezes nos entristece, precisamos de oásis, de momentos de contemplação, de recuperar a esperança e a serenidade, de levantar o ânimo e (re)acreditar.
Olhemo-nos e olhemos o mundo pelo lado mais bonito. Olhemos o mundo e olhemo-nos com os olhos de Deus. Afinal, quem inventou as estrelas e o sol pela manhã? Quem foi o primeiro a amar e de nós gosta tanto assim?!
Cón. José Paulo Leite de Abreu
Presidente da Confraria de Nossa Senhora do Sameiro