Deu tudo o que tinha…

Deu tudo o que tinha…

O Natal é, para muitos, uma festa querida. Não digo para todos, pois nessa quadra as feridas da vida doem mais, as ausências tornam-se mais clamorosas, os desgostos avivam as cores… Mas digo, para muitos.

Sem mais, pelo que se celebra: o nascimento do Salvador do mundo, a vinda do Redentor, o aparecimento de um Menino que é Deus e homem ao mesmo tempo, testemunho inequívoco do amor infinito que Deus tem por cada um de nós. Os céus aproximaram-se da terra, o sonho de Paraíso – convivência harmónica com Deus, com os outros e com todas as criaturas – voltou a despontar, a humanidade entrou em festa.

No centro da festa está José, silencioso, humilde, mas com o coração inteiro e terno; está Nossa Senhora, que cobre com doçura e amor as pedras toscas do estábulo; está o Menino que sorri e abraça o mundo; estão ainda os pastores, que acorrem jubilosos e com prendas; também á gruta chegam os reis e outros dons, vindos de longe.

Brilha no céu uma estrela, os anjos cantam, a humanidade faz carreirinho para chegar junto do Príncipe da Paz, deitado em palhinhas e aquecido por animais. Nunca um rei nascera tão pobre e humilde!

Mas o Natal também é bonito pelos sentimentos que aviva: generosidade, comunhão, ternura, paz, amor. E esses sentimentos consubstanciam-se, não raro, em prendas. Damos o melhor, com todo o carinho, embrulhado nos melhores sentimentos.

Com esse espírito natalício e no desejo de que esse espírito nunca definhe, também hoje a todos aqui ofereço uma “prenda”, que nos fala de almas grandes, qual reflexo da entrega total de Deus por nós.

O título da estória – de que desconheço o autor – é o mesmo que encabeça este editorial.

 

“Numa manhã de primavera, uma criança aproximou-se da vitrina de uma ourivesaria. Lá de dentro o dono olhava, distraído, a rua. Os olhos da pequenita brilhavam ao verem um colar de azul-turquesa. Entrando na loja, a criança disse ao dono da ourivesaria:

– Quero comprar aquele colar. É para a minha irmã mais velha; faça, por isso, um embrulho muito bonito.

O dono da loja olhou para a criança um tanto desconfiado e perguntou:

– Quanto é que tens aí para o pagares?

Ela rápida, tirou um lenço cheio de nós e, colocando-o sobre o balcão, foi desfazendo os nós um a um…  e apresentou tudo o que tinha… Depois perguntou:

– Isto chega para pagar o colar?

Eram apenas umas moedas, que exibindo um tanto orgulhosa, retorquiu:

– Sabe, quero dar este presente à minha irmã mais velha, que hoje faz anos. Desde que a nossa mãe morreu ela tem cuidado de nós e nem tem tempo para ela. Quero oferecer-lhe este presente… ela vai ficar muito contente, pois tem a cor dos seus olhos!

O dono da loja um tanto emocionado, foi à montra, retirou o colar e colocou-o num estojo, envolvendo-o com papel vermelho muito bonito com uma fita verde e entregou-o à menina, dizendo:

– Toma e tem cuidado…

Ela saiu feliz, saltando de alegria pela rua abaixo.

Ainda o dia não tinha terminado, entrou na loja uma jovem, colocou no balcão o tal embrulho, desfeito e perguntou:

– Este colar foi comprado aqui? Quanto custou?

O dono da ourivesaria respondeu:

– Menina, o preço final de qualquer produto da minha loja é sempre assunto confidencial entre o vendedor e o cliente.

– A minha irmã não tinha mais do que umas poucas moedas. Este colar é verdadeiro, não é? Ela não tinha dinheiro para pagar!

O dono da loja pegou no estojo, refez o embrulho com cuidado, colocou de novo uma fita e devolveu à jovem, dizendo:

– Ela pagou o preço mais alto que qualquer pessoa pode pagar: ela deu tudo o que tinha!

O silêncio encheu o espaço e puderam-se ver umas lágrimas caindo nos olhos da jovem aniversariante, enquanto retomava o pequeno embrulho…”.

 

 

Cón. José Paulo Leite de Abreu

Presidente da Confraria de Nossa Senhora do Sameiro

Deu tudo o que tinha…

O Natal é, para muitos, uma festa querida. Não digo para todos, pois nessa quadra as feridas da vida doem mais, as ausências tornam-se mais clamorosas, os desgostos avivam as cores… Mas digo, para muitos.

Sem mais, pelo que se celebra: o nascimento do Salvador do mundo, a vinda do Redentor, o aparecimento de um Menino que é Deus e homem ao mesmo tempo, testemunho inequívoco do amor infinito que Deus tem por cada um de nós. Os céus aproximaram-se da terra, o sonho de Paraíso – convivência harmónica com Deus, com os outros e com todas as criaturas – voltou a despontar, a humanidade entrou em festa.

No centro da festa está José, silencioso, humilde, mas com o coração inteiro e terno; está Nossa Senhora, que cobre com doçura e amor as pedras toscas do estábulo; está o Menino que sorri e abraça o mundo; estão ainda os pastores, que acorrem jubilosos e com prendas; também á gruta chegam os reis e outros dons, vindos de longe.

Brilha no céu uma estrela, os anjos cantam, a humanidade faz carreirinho para chegar junto do Príncipe da Paz, deitado em palhinhas e aquecido por animais. Nunca um rei nascera tão pobre e humilde!

Mas o Natal também é bonito pelos sentimentos que aviva: generosidade, comunhão, ternura, paz, amor. E esses sentimentos consubstanciam-se, não raro, em prendas. Damos o melhor, com todo o carinho, embrulhado nos melhores sentimentos.

Com esse espírito natalício e no desejo de que esse espírito nunca definhe, também hoje a todos aqui ofereço uma “prenda”, que nos fala de almas grandes, qual reflexo da entrega total de Deus por nós.

O título da estória – de que desconheço o autor – é o mesmo que encabeça este editorial.

 

“Numa manhã de primavera, uma criança aproximou-se da vitrina de uma ourivesaria. Lá de dentro o dono olhava, distraído, a rua. Os olhos da pequenita brilhavam ao verem um colar de azul-turquesa. Entrando na loja, a criança disse ao dono da ourivesaria:

– Quero comprar aquele colar. É para a minha irmã mais velha; faça, por isso, um embrulho muito bonito.

O dono da loja olhou para a criança um tanto desconfiado e perguntou:

– Quanto é que tens aí para o pagares?

Ela rápida, tirou um lenço cheio de nós e, colocando-o sobre o balcão, foi desfazendo os nós um a um…  e apresentou tudo o que tinha… Depois perguntou:

– Isto chega para pagar o colar?

Eram apenas umas moedas, que exibindo um tanto orgulhosa, retorquiu:

– Sabe, quero dar este presente à minha irmã mais velha, que hoje faz anos. Desde que a nossa mãe morreu ela tem cuidado de nós e nem tem tempo para ela. Quero oferecer-lhe este presente… ela vai ficar muito contente, pois tem a cor dos seus olhos!

O dono da loja um tanto emocionado, foi à montra, retirou o colar e colocou-o num estojo, envolvendo-o com papel vermelho muito bonito com uma fita verde e entregou-o à menina, dizendo:

– Toma e tem cuidado…

Ela saiu feliz, saltando de alegria pela rua abaixo.

Ainda o dia não tinha terminado, entrou na loja uma jovem, colocou no balcão o tal embrulho, desfeito e perguntou:

– Este colar foi comprado aqui? Quanto custou?

O dono da ourivesaria respondeu:

– Menina, o preço final de qualquer produto da minha loja é sempre assunto confidencial entre o vendedor e o cliente.

– A minha irmã não tinha mais do que umas poucas moedas. Este colar é verdadeiro, não é? Ela não tinha dinheiro para pagar!

O dono da loja pegou no estojo, refez o embrulho com cuidado, colocou de novo uma fita e devolveu à jovem, dizendo:

– Ela pagou o preço mais alto que qualquer pessoa pode pagar: ela deu tudo o que tinha!

O silêncio encheu o espaço e puderam-se ver umas lágrimas caindo nos olhos da jovem aniversariante, enquanto retomava o pequeno embrulho…”.

 

 

Cón. José Paulo Leite de Abreu

Presidente da Confraria de Nossa Senhora do Sameiro

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