
HABEMUS PAPAM!
Escolheu o nome de Leão XIV, para surpresa geral. Se palpites se tivessem colhido, talvez lhe tivessem sugerido o nome de João Paulo III, ou de Francisco II… Mas não. O novo Papa tem consciência destes novos tempos, verdadeiramente diferentes, revolucionários, época inovadora, viragem significativa na história. Estamos na era da inteligência artificial, com tudo o que isso implica de imensas potencialidades e de proporcionais riscos.
O paralelismo é, então, fácil de estabelecer-se: quando se deu a revolução industrial, o Papa de então assumiu o nome de Leão XIII, pondo a doutrina social da Igreja a iluminar aquele tempo; agora que estamos numa outra reviravolta da história, eis outro Leão, o XIV, a querer lançar critério e luz sobre a novidade, a bem do povo que goza com o bom uso do que o homem descobre, mas que também pode sofrer, e muito, com o abuso ou mau uso do que ele inventa.
É interessante o seu brasão de armas. Para além da tiara, das chaves de Pedro, das cruzes que rematam as tiras estreitas pendentes sobre as costas, consta de um escudo dividido em dois setores, com mensagens vigorosas.
Analisemos primeiro o setor esquerdo: sobre um fundo azul, aparece uma flor de lis estilizada, tradicional símbolo da pureza e da inocência. Esta flor associa-se frequentemente a Nossa Senhora, o mesmo discurso valendo para a cor azul. Todos percebemos, por estes elementos, a forte devoção mariana que anima o Santo Padre.
No setor direito, encontramos um coração trespassado por uma flecha, coroado com uma chama e assente sobre um livro fechado. O coração rasgado remete-nos para Jesus, para o seu lado aberto pela lança quando preso ao madeiro, para o seu amor inflamado e infinito pela humanidade; as Escrituras ajudam-nos a compreender tudo quanto aconteceu, melhor, quem é Jesus, o que por nós fez e faz, o amor que nos dedica – com paixão e loucura.
Por debaixo do escudo, aparece um listel com o lema do pontificado de Leão XIV: IN ILLO UNO UNUM. Este lema diz do seu percurso, da sua inspiração, do seu agostinianismo espiritual. Com efeito, num comentário ao Salmo 127, Santo Agostinho escrevia: “Naquele que é Um, nós somos Um”.
Esta preocupação pela unidade, pela comunhão, pela concórdia – apesar de todas as diferenças e tensões, esta busca de reconciliação e fraternidade, esta procura da harmonia por entre brechas e complexidades, vem marcando, desde as primeiras horas, este pontificado.
Valerá a pena uma meditação serena de algumas afirmações papais na Eucaristia de tomada de posse. Vamos a isso?! – Ouçamos então o Papa a dizer-nos:
– “Fui escolhido sem qualquer mérito e, com temor e tremor, venho até vós como um irmão que deseja fazer-se servo da vossa fé e da vossa alegria, percorrendo convosco o caminho do amor de Deus, que nos quer a todos unidos numa única família”;
– “[…] a Igreja de Roma preside na caridade e a sua verdadeira autoridade é a caridade de Cristo. Não se trata nunca de capturar os outros com a prepotência, com a propaganda religiosa ou com os meios do poder, mas trata-se sempre e apenas de amar como fez Jesus”;
– “[…] Pedro deve apascentar o rebanho sem nunca ceder à tentação de ser um líder solitário ou um chefe colocado acima dos outros, tornando-se dominador das pessoas que lhe foram confiadas (cf. 1 Pe 5, 3); pelo contrário, é-lhe pedido que sirva a fé dos irmãos, caminhando com eles: todos nós, com efeito, somos «pedras vivas» (1 Pe 2, 5), chamados pelo nosso Batismo a construir o edifício de Deus na comunhão fraterna, na harmonia do Espírito, na convivência das diversidades”;
– “[…] gostaria que fosse este o nosso primeiro grande desejo: uma Igreja unida, sinal de unidade e comunhão, que se torne fermento para um mundo reconciliado”;
– “No nosso tempo, ainda vemos demasiada discórdia, demasiadas feridas causadas pelo ódio, a violência, os preconceitos, o medo do diferente, por um paradigma económico que explora os recursos da Terra e marginaliza os mais pobres. E nós queremos ser, dentro desta massa, um pequeno fermento de unidade, comunhão e fraternidade”.
Ao Papa Leão XIV apresentamos votos de profícuo pontificado; encomendá-lo a Nossa Senhora do Sameiro; com ele partilhamos o amor pela Mãe; e damos-lhe as mãos, na construção de uma Igreja comunhão, a bem da felicidade humana e da salvação de todos!
Cón. José Paulo Leite de Abreu
Presidente da Confraria de Nossa Senhora do Sameiro
HABEMUS PAPAM!
Escolheu o nome de Leão XIV, para surpresa geral. Se palpites se tivessem colhido, talvez lhe tivessem sugerido o nome de João Paulo III, ou de Francisco II… Mas não. O novo Papa tem consciência destes novos tempos, verdadeiramente diferentes, revolucionários, época inovadora, viragem significativa na história. Estamos na era da inteligência artificial, com tudo o que isso implica de imensas potencialidades e de proporcionais riscos.
O paralelismo é, então, fácil de estabelecer-se: quando se deu a revolução industrial, o Papa de então assumiu o nome de Leão XIII, pondo a doutrina social da Igreja a iluminar aquele tempo; agora que estamos numa outra reviravolta da história, eis outro Leão, o XIV, a querer lançar critério e luz sobre a novidade, a bem do povo que goza com o bom uso do que o homem descobre, mas que também pode sofrer, e muito, com o abuso ou mau uso do que ele inventa.
É interessante o seu brasão de armas. Para além da tiara, das chaves de Pedro, das cruzes que rematam as tiras estreitas pendentes sobre as costas, consta de um escudo dividido em dois setores, com mensagens vigorosas.
Analisemos primeiro o setor esquerdo: sobre um fundo azul, aparece uma flor de lis estilizada, tradicional símbolo da pureza e da inocência. Esta flor associa-se frequentemente a Nossa Senhora, o mesmo discurso valendo para a cor azul. Todos percebemos, por estes elementos, a forte devoção mariana que anima o Santo Padre.
No setor direito, encontramos um coração trespassado por uma flecha, coroado com uma chama e assente sobre um livro fechado. O coração rasgado remete-nos para Jesus, para o seu lado aberto pela lança quando preso ao madeiro, para o seu amor inflamado e infinito pela humanidade; as Escrituras ajudam-nos a compreender tudo quanto aconteceu, melhor, quem é Jesus, o que por nós fez e faz, o amor que nos dedica – com paixão e loucura.
Por debaixo do escudo, aparece um listel com o lema do pontificado de Leão XIV: IN ILLO UNO UNUM. Este lema diz do seu percurso, da sua inspiração, do seu agostinianismo espiritual. Com efeito, num comentário ao Salmo 127, Santo Agostinho escrevia: “Naquele que é Um, nós somos Um”.
Esta preocupação pela unidade, pela comunhão, pela concórdia – apesar de todas as diferenças e tensões, esta busca de reconciliação e fraternidade, esta procura da harmonia por entre brechas e complexidades, vem marcando, desde as primeiras horas, este pontificado.
Valerá a pena uma meditação serena de algumas afirmações papais na Eucaristia de tomada de posse. Vamos a isso?! – Ouçamos então o Papa a dizer-nos:
– “Fui escolhido sem qualquer mérito e, com temor e tremor, venho até vós como um irmão que deseja fazer-se servo da vossa fé e da vossa alegria, percorrendo convosco o caminho do amor de Deus, que nos quer a todos unidos numa única família”;
– “[…] a Igreja de Roma preside na caridade e a sua verdadeira autoridade é a caridade de Cristo. Não se trata nunca de capturar os outros com a prepotência, com a propaganda religiosa ou com os meios do poder, mas trata-se sempre e apenas de amar como fez Jesus”;
– “[…] Pedro deve apascentar o rebanho sem nunca ceder à tentação de ser um líder solitário ou um chefe colocado acima dos outros, tornando-se dominador das pessoas que lhe foram confiadas (cf. 1 Pe 5, 3); pelo contrário, é-lhe pedido que sirva a fé dos irmãos, caminhando com eles: todos nós, com efeito, somos «pedras vivas» (1 Pe 2, 5), chamados pelo nosso Batismo a construir o edifício de Deus na comunhão fraterna, na harmonia do Espírito, na convivência das diversidades”;
– “[…] gostaria que fosse este o nosso primeiro grande desejo: uma Igreja unida, sinal de unidade e comunhão, que se torne fermento para um mundo reconciliado”;
– “No nosso tempo, ainda vemos demasiada discórdia, demasiadas feridas causadas pelo ódio, a violência, os preconceitos, o medo do diferente, por um paradigma económico que explora os recursos da Terra e marginaliza os mais pobres. E nós queremos ser, dentro desta massa, um pequeno fermento de unidade, comunhão e fraternidade”.
Ao Papa Leão XIV apresentamos votos de profícuo pontificado; encomendá-lo a Nossa Senhora do Sameiro; com ele partilhamos o amor pela Mãe; e damos-lhe as mãos, na construção de uma Igreja comunhão, a bem da felicidade humana e da salvação de todos!
Cón. José Paulo Leite de Abreu
Presidente da Confraria de Nossa Senhora do Sameiro