Pegue lá, amigo leitor, a minha pedrinha
Falamos muitas vezes da adolescência a partir das suas manifestações, não raro inquietantes para os educadores, para os adultos, para os pais, apenas os carecas a escaparem aos cabelos em pé. Agora é o bater de portas, ou as calças rasgadas nas cuadas, ou os monólogos, ou os piercing’s e tatuagens, depois a vontade de afirmação, e a rejeição de qualquer autoridade (excetuada feita à submissão cega aos amigos…).
Mas eis que finalmente surgiu um raio de sol. Com um nome esquisito. Chama-se pebbling. Pelo que li no Facebook, é uma nova forma de os adolescentes mostrarem afeição para com os pais.
O termo pebbling – continuo a inspirar-me no que li, da autoria de Kirill Averianov, leva-nos – vamos lá a contextualizar isto – até à Antártida, junto dos pinguins. Foram apanhados alguns a oferecer uma pedra (pebble) à parceira ou parceiro. As palavras não se ouvem, como é óbvio, mas essa oferta traduz a vontade de o pinguim construir um ninho com o outro pinguim. É uma espécie de pedido de namoro, sem sons, apenas com um pequeno gesto: a oferta de uma pedra.
Ao que parece, alguns adolescentes estão agora a descobrir o pebbling, aplicando-o à relação com os pais, sobretudo com recurso às redes sociais. Não dão pedras, mas trocam gestos, emitem pequenos sinais de afeição e carinho, através de memes, de GIFs, de pequenos vídeos, de fotos e comentários, de partilhas…
Claro que os pais ficam felizes quando são recetores dessas emissões carinhosas. Percebem que a relação está lá, que está viva, que encontrou modos novos – muito originais – de marcar presença e de mostrar vitalidade.
Mas os adolescentes também ficam felizes, percebendo que espalharam felicidade. Gera-se um verdadeiro ciclo de bondade, que dá prazer a ambas as partes.
Este ciclo de bondade, gratificante para todos os “pinguins” (dadores e recetores – não impedidos de alternarem papeis ou iniciativa…), pode ser ainda gerado por post’its com mensagens bonitas, por msg’s simpáticas no telemóvel, por alguma prendinha emblemática, por alguma agradável surpresa…
E vale a pena recordar o ditado chinês: mão que dá rosas, conserva sempre o cheiro da fragância!
Mas quero pedir-vos, amigos leitores, que o pebbling se torne uma praga. Não pode existir apenas um ciclo de bondade a envolver os pais e os filhos adolescentes. Teremos que ter muitos outros ciclos: a envolver os membros do casal, os irmãos, os filhos todos e os pais, a restante família, as outras teias sociais que se vão construindo, pela amizade, pelo trabalho, pelo associativismo de todos os coloridos…
Também queremos o pebbling para o Sameiro, para os membros da Mesa da Confraria (recentemente empossada para novo mandato), para todos os irmãos, para todos quantos visitam o Santuário ou nele prestam serviços, ou até para aqueles que Deus já chamou para junto de si.
Há que fazer os outros felizes, caminho único para o encontro com a nossa própria felicidade. Há que oferecer “pedrinhas”, pois temos algo a construir em comum. Vamos todos ajudar. Qualquer que seja o estatuto: mais velho ou mais novo, mais adolescente ou mais maduro, mais no trabalho diário ou na visita esporádica, mais por dádivas concretas, ou pelas nossas preces e manifestações de gratidão.
Como o Sameiro precisa da ajuda de todos, das pedrinhas de todos, do contributo de todos.
E como precisamos todos de ser felizes. E até sabemos que com vinagre não se caçam moscas. Vamos lá aos pequenos gestos, às boas surpresas, aos contributos simpáticos, às mensagens de alento, às palavras de encorajamento, às mãos estendidas, aos sorrisos contagiosos, às afabilidades que emprestam sol aos nossos dias.
Pebbling! Pegue lá, amigo leitor, a minha pedrinha. Com estima, unido em Cristo e na Mãe do Céu, peço-lhe: ajude a construir o Sameiro. Vamos construir o Sameiro. Mãos dadas. Unidos pelos melhores sentimentos. Semeando bondade, beleza e paz!
O convite aqui fica, para todos. Ninguém dispensado. As pedras não se esgotarão, pois não queremos que alguém deixe de ser feliz e de sentir a alegria de fazer os outros felizes.
Cón. José Paulo Leite de Abreu
Presidente da Confraria de Nossa Senhora do Sameiro
Pegue lá, amigo leitor, a minha pedrinha
Falamos muitas vezes da adolescência a partir das suas manifestações, não raro inquietantes para os educadores, para os adultos, para os pais, apenas os carecas a escaparem aos cabelos em pé. Agora é o bater de portas, ou as calças rasgadas nas cuadas, ou os monólogos, ou os piercing’s e tatuagens, depois a vontade de afirmação, e a rejeição de qualquer autoridade (excetuada feita à submissão cega aos amigos…).
Mas eis que finalmente surgiu um raio de sol. Com um nome esquisito. Chama-se pebbling. Pelo que li no Facebook, é uma nova forma de os adolescentes mostrarem afeição para com os pais.
O termo pebbling – continuo a inspirar-me no que li, da autoria de Kirill Averianov, leva-nos – vamos lá a contextualizar isto – até à Antártida, junto dos pinguins. Foram apanhados alguns a oferecer uma pedra (pebble) à parceira ou parceiro. As palavras não se ouvem, como é óbvio, mas essa oferta traduz a vontade de o pinguim construir um ninho com o outro pinguim. É uma espécie de pedido de namoro, sem sons, apenas com um pequeno gesto: a oferta de uma pedra.
Ao que parece, alguns adolescentes estão agora a descobrir o pebbling, aplicando-o à relação com os pais, sobretudo com recurso às redes sociais. Não dão pedras, mas trocam gestos, emitem pequenos sinais de afeição e carinho, através de memes, de GIFs, de pequenos vídeos, de fotos e comentários, de partilhas…
Claro que os pais ficam felizes quando são recetores dessas emissões carinhosas. Percebem que a relação está lá, que está viva, que encontrou modos novos – muito originais – de marcar presença e de mostrar vitalidade.
Mas os adolescentes também ficam felizes, percebendo que espalharam felicidade. Gera-se um verdadeiro ciclo de bondade, que dá prazer a ambas as partes.
Este ciclo de bondade, gratificante para todos os “pinguins” (dadores e recetores – não impedidos de alternarem papeis ou iniciativa…), pode ser ainda gerado por post’its com mensagens bonitas, por msg’s simpáticas no telemóvel, por alguma prendinha emblemática, por alguma agradável surpresa…
E vale a pena recordar o ditado chinês: mão que dá rosas, conserva sempre o cheiro da fragância!
Mas quero pedir-vos, amigos leitores, que o pebbling se torne uma praga. Não pode existir apenas um ciclo de bondade a envolver os pais e os filhos adolescentes. Teremos que ter muitos outros ciclos: a envolver os membros do casal, os irmãos, os filhos todos e os pais, a restante família, as outras teias sociais que se vão construindo, pela amizade, pelo trabalho, pelo associativismo de todos os coloridos…
Também queremos o pebbling para o Sameiro, para os membros da Mesa da Confraria (recentemente empossada para novo mandato), para todos os irmãos, para todos quantos visitam o Santuário ou nele prestam serviços, ou até para aqueles que Deus já chamou para junto de si.
Há que fazer os outros felizes, caminho único para o encontro com a nossa própria felicidade. Há que oferecer “pedrinhas”, pois temos algo a construir em comum. Vamos todos ajudar. Qualquer que seja o estatuto: mais velho ou mais novo, mais adolescente ou mais maduro, mais no trabalho diário ou na visita esporádica, mais por dádivas concretas, ou pelas nossas preces e manifestações de gratidão.
Como o Sameiro precisa da ajuda de todos, das pedrinhas de todos, do contributo de todos.
E como precisamos todos de ser felizes. E até sabemos que com vinagre não se caçam moscas. Vamos lá aos pequenos gestos, às boas surpresas, aos contributos simpáticos, às mensagens de alento, às palavras de encorajamento, às mãos estendidas, aos sorrisos contagiosos, às afabilidades que emprestam sol aos nossos dias.
Pebbling! Pegue lá, amigo leitor, a minha pedrinha. Com estima, unido em Cristo e na Mãe do Céu, peço-lhe: ajude a construir o Sameiro. Vamos construir o Sameiro. Mãos dadas. Unidos pelos melhores sentimentos. Semeando bondade, beleza e paz!
O convite aqui fica, para todos. Ninguém dispensado. As pedras não se esgotarão, pois não queremos que alguém deixe de ser feliz e de sentir a alegria de fazer os outros felizes.
Cón. José Paulo Leite de Abreu
Presidente da Confraria de Nossa Senhora do Sameiro