Jubileu 2025: Papa Francisco pede… Reanimemos a Esperança

Jubileu 2025: Papa Francisco pede… Reanimemos a Esperança

Deseja o Papa Francisco que o Jubileu Ordinário deste ano 2025 seja marcado pela esperança. Pensando nos amedrontados, nos desanimados, inquietos, céticos e pessimistas, sonha o Papa que o Jubileu seja, para todos, ocasião de reanimar a esperança.

A esperança brota do coração de Jesus trespassado na cruz. Esse é o maior ícone do amor louco e apaixonado de Cristo pela humanidade; é o documento primoroso da infinita bondade, longanimidade e misericórdia de Jesus; é a grande alcofa, onde todos somos acolhidos pelos braços abertos de Deus, apostado sempre em salvar-nos.

O Jubileu chama-se “ordinário” porque ocorre dentro da cadência prevista para este género de eventos: de 25 em 25 anos. Prazo assim estreito, para que todos os fiéis possam colher, no decurso das suas vidas, o perdão dos pecados e a libertação das penas a eles inerentes. Eis, pois, uma oportunidade de libertação, de purificação, de tornar leve a alma e a vida, de retorno ao amor profundo de Jesus, de conversão.

A porta volta a abrir-se

O primeiro Jubileu começou a desenhar-se na noite de Natal de 1299. Roma conhece um movimento inusitado. Milhares de peregrinos rumam à Basílica de S. Pedro. Esperam, no final do século, da parte da Igreja, um sinal extraordinário, uma indulgência excecional de perdão e graça. O fenómeno gera espanto. Apresenta-se como uma verdadeira agitação popular. Ninguém convocara os peregrinos. Nada havia sido prometido… É tal a impressão que essa gente desejosa de encontrar-se com Deus suscita no Papa Bonifácio VIII, que este resolve proclamar, em 1300, um Ano Santo… cobrindo os peregrinos com um «pleníssimo perdão dos pecados».

Decorridos tantos séculos, a parta da Basílica de S. Pedro volta a abrir-se (sucedeu no pretérito 24 de dezembro), bem como a das outras catedrais e concatedrais (sucedeu no seguinte dia 29). E as de tantos e tantos Santuários e Igrejas. À espera dos fiéis. Para que rezem pelo Papa; para que se confessem e comunguem; para que participem na Eucaristia e mostrem, rezando o Credo, a comunhão que mantêm com a Igreja. Há que atravessar a porta, há que aceder ao Templo (material e interior). Mais e melhor: há que buscar o tesouro dos méritos de Cristo e dos santos, para que nos possa ser aplicada a plena absolvição de pecados e das penas que eles nos atraem.

Portadores de esperança

O mundo atual – na descrição que dele faz o Papa Francisco, na Bula de Proclamação do Jubileu Ordinário do Ano 2025, datada de 9 de maio de 2024 e intitulada Spes non confundit – oferece muitos campos de sementeira à esperança.

Uma primeira menção para as famílias. Com enorme realismo e fino traço, o Papa assim descreve o que se passa em nossas casas: “Já não há tempo para nos encontrarmos e, com frequência, as próprias famílias sentem dificuldade para se reunir e falar calmamente. A paciência foi posta em fuga pela pressa, causando grave dano às

pessoas; com efeito sobrevêm a intolerância, o nervosismo e, por vezes, a violência gratuita, gerando insatisfação e sofrimento” (nº 4).

Segunda menção para a guerra. Urge semear esperança na tragédia da guerra.

Fazendo-se eco do atroz sofrimento de muitos povos, o Papa pergunta: «faltará ainda a esses povos algo que não tenham já sofrido?» (nº 8). Que se oiça o desesperado grito de ajuda que revoa pelos céus, que a comunidade internacional se movimente, procurando o fim das armas e que cessem as chacinas e a mortandade.

A esperança também renasce com a transmissão da vida, do mesmo jeito que, inversamente, definha com a queda da natalidade. O amor generoso dos cônjuges, a

maternidade e paternidade responsáveis, são bênçãos para o mundo. Importa dar vida ao futuro. A vida nasce da esperança e gera esperança. Por causa dos ritmos frenéticos de vida, ou por receios quanto ao futuro, ou por falta de garantias laborais, ou pelo tipo de sociedade que temos vindo a construir, baseada no hedonismo, no económico, no consumismo… há muita esterilidade. Desafia o Papa: procuremos «um futuro marcado pelo sorriso de tantos meninos e meninas que, em muitas partes do mundo, venham encher os demasiados berços vazios»!

A esperança também tem que chegar às prisões, aos que estão privados de liberdade, ou mergulhados no vazio afetivo, ou marcados pela dureza da reclusão, ou atrofiados pelas restrições impostas. O humanismo, a esperança de perdão e renovação, a tentativa de reinserção social, não poderão desaparecer do horizonte. Como sinal

visível desta vontade de semear esperança por entre as grades, eis uma confissão do

Papa: «A fim de oferecer aos presos um sinal concreto de proximidade, eu mesmo desejo abrir uma Porta Santa numa prisão, para que seja para eles um símbolo que os

convida a olhar o futuro com esperança e renovado compromisso de vida” (nº 10).

Através do carinho e da proximidade afetiva, também os doentes, em casa ou em estabelecimentos de saúde, deverão colher ânimo, conforto e esperança.

Sintam esperança os jovens. Possam concretizar os seus sonhos. Nunca percam o

entusiasmo, a energia, o rumo. Não sejam tomados pelo desencanto, pela melancolia,

pelo tédio. Encontrem formas de se realizarem. Nunca arrefeçam…

A esperança deverá ainda temperar a vida dos migrantes, dos exiliados, refugiados e deslocados. Terminem as razões da evasão. Possam regressar, assim o pretendendo, às suas casas, à sua pátria, às suas raízes.

O ano jubilar deverá ainda cobrir com um manto de alegria e consolo os idosos, os avôs e as avós, as pessoas de idade mais avançada, tantas vezes relegadas à solidão, ao abandono, ao confinamento forçado. Sintam sempre o amor dos filhos e dos netos.

E que o ano jubilar seja de revolução para o mundo dos pobres, onde tantos habitam. Duas frases incisivas do Papa Francisco devem merecer a reflexão de todos.

Primeira: «É escandaloso que, num mundo dotado de enormes recursos destinados em

grande parte para armas, os pobres sejam “a maioria (…) milhares de milhões de pessoas”» (nº 15). Segunda: «Renovo o apelo para que, “com o dinheiro usado em

armas e noutras despesas militares, constituamos um Fundo global para acabar com a

fome e para o desenvolvimento dos países mais pobres […]”» (nº 16).

Em suma, que o Jubileu chegue a todos, cobrindo o coração de todos com generosidade, amor e esperança!

Um convite

Alguns locais incutem em nós, de forma natural e sugestiva, um espírito jubilar.

Falam de paz, de cada um consigo próprio, com a natureza, com os outros, com Deus.

Até pode dar-se o caso de nos colocarem no regaço da Mãe do Céu.

Tanto podemos vaguear por entre jardins e flores, como podemos contemplar retemperadoras e magníficas paisagens, como até podemos entrar em casa, numa casa

que é de muitos, mas que é muito nossa, aberta para nós, sempre com braços abertos a acolher-nos. Estou a referir-me, para lá quero atrair, à casa que é a Basílica do Sameiro, à beleza que é o Sameiro, à maravilha que é a acolhedora e terna Mãe, a Senhora do Sameiro.

Com facilidade podemos entrar em clima de oração. Com facilidade unimos o céu à terra. Já agora, também com facilidade temos acesso a dois sacramentos que o Jubileu reclama: o sacramento da Reconciliação (teremos sempre lá, pelo menos, um sacerdote à disposição) e o sacramento da Eucaristia. E ainda poderemos juntar a tudo

isso umas “rosas” (Ave-Marias) para oferecer à Mãe do Céu.

Aqui fica o convite. À ida ao Sameiro. Mas, sobretudo, à vivência plena do próximo Jubileu. Seja, verdadeiramente, um tempo de perdão, de amor e de graça. Seja uma oportunidade única para renovamos a esperança, a nossa, a de todos, mormente a dos que mais precisam!

Paulo Abreu

Jubileu 2025: Papa Francisco pede… Reanimemos a Esperança

Deseja o Papa Francisco que o Jubileu Ordinário deste ano 2025 seja marcado pela esperança. Pensando nos amedrontados, nos desanimados, inquietos, céticos e pessimistas, sonha o Papa que o Jubileu seja, para todos, ocasião de reanimar a esperança.

A esperança brota do coração de Jesus trespassado na cruz. Esse é o maior ícone do amor louco e apaixonado de Cristo pela humanidade; é o documento primoroso da infinita bondade, longanimidade e misericórdia de Jesus; é a grande alcofa, onde todos somos acolhidos pelos braços abertos de Deus, apostado sempre em salvar-nos.

O Jubileu chama-se “ordinário” porque ocorre dentro da cadência prevista para este género de eventos: de 25 em 25 anos. Prazo assim estreito, para que todos os fiéis possam colher, no decurso das suas vidas, o perdão dos pecados e a libertação das penas a eles inerentes. Eis, pois, uma oportunidade de libertação, de purificação, de tornar leve a alma e a vida, de retorno ao amor profundo de Jesus, de conversão.

A porta volta a abrir-se

O primeiro Jubileu começou a desenhar-se na noite de Natal de 1299. Roma conhece um movimento inusitado. Milhares de peregrinos rumam à Basílica de S. Pedro. Esperam, no final do século, da parte da Igreja, um sinal extraordinário, uma indulgência excecional de perdão e graça. O fenómeno gera espanto. Apresenta-se como uma verdadeira agitação popular. Ninguém convocara os peregrinos. Nada havia sido prometido… É tal a impressão que essa gente desejosa de encontrar-se com Deus suscita no Papa Bonifácio VIII, que este resolve proclamar, em 1300, um Ano Santo… cobrindo os peregrinos com um «pleníssimo perdão dos pecados».

Decorridos tantos séculos, a parta da Basílica de S. Pedro volta a abrir-se (sucedeu no pretérito 24 de dezembro), bem como a das outras catedrais e concatedrais (sucedeu no seguinte dia 29). E as de tantos e tantos Santuários e Igrejas. À espera dos fiéis. Para que rezem pelo Papa; para que se confessem e comunguem; para que participem na Eucaristia e mostrem, rezando o Credo, a comunhão que mantêm com a Igreja. Há que atravessar a porta, há que aceder ao Templo (material e interior). Mais e melhor: há que buscar o tesouro dos méritos de Cristo e dos santos, para que nos possa ser aplicada a plena absolvição de pecados e das penas que eles nos atraem.

Portadores de esperança

O mundo atual – na descrição que dele faz o Papa Francisco, na Bula de Proclamação do Jubileu Ordinário do Ano 2025, datada de 9 de maio de 2024 e intitulada Spes non confundit – oferece muitos campos de sementeira à esperança.

Uma primeira menção para as famílias. Com enorme realismo e fino traço, o Papa assim descreve o que se passa em nossas casas: “Já não há tempo para nos encontrarmos e, com frequência, as próprias famílias sentem dificuldade para se reunir e falar calmamente. A paciência foi posta em fuga pela pressa, causando grave dano às

pessoas; com efeito sobrevêm a intolerância, o nervosismo e, por vezes, a violência gratuita, gerando insatisfação e sofrimento” (nº 4).

Segunda menção para a guerra. Urge semear esperança na tragédia da guerra.

Fazendo-se eco do atroz sofrimento de muitos povos, o Papa pergunta: «faltará ainda a esses povos algo que não tenham já sofrido?» (nº 8). Que se oiça o desesperado grito de ajuda que revoa pelos céus, que a comunidade internacional se movimente, procurando o fim das armas e que cessem as chacinas e a mortandade.

A esperança também renasce com a transmissão da vida, do mesmo jeito que, inversamente, definha com a queda da natalidade. O amor generoso dos cônjuges, a

maternidade e paternidade responsáveis, são bênçãos para o mundo. Importa dar vida ao futuro. A vida nasce da esperança e gera esperança. Por causa dos ritmos frenéticos de vida, ou por receios quanto ao futuro, ou por falta de garantias laborais, ou pelo tipo de sociedade que temos vindo a construir, baseada no hedonismo, no económico, no consumismo… há muita esterilidade. Desafia o Papa: procuremos «um futuro marcado pelo sorriso de tantos meninos e meninas que, em muitas partes do mundo, venham encher os demasiados berços vazios»!

A esperança também tem que chegar às prisões, aos que estão privados de liberdade, ou mergulhados no vazio afetivo, ou marcados pela dureza da reclusão, ou atrofiados pelas restrições impostas. O humanismo, a esperança de perdão e renovação, a tentativa de reinserção social, não poderão desaparecer do horizonte. Como sinal

visível desta vontade de semear esperança por entre as grades, eis uma confissão do

Papa: «A fim de oferecer aos presos um sinal concreto de proximidade, eu mesmo desejo abrir uma Porta Santa numa prisão, para que seja para eles um símbolo que os

convida a olhar o futuro com esperança e renovado compromisso de vida” (nº 10).

Através do carinho e da proximidade afetiva, também os doentes, em casa ou em estabelecimentos de saúde, deverão colher ânimo, conforto e esperança.

Sintam esperança os jovens. Possam concretizar os seus sonhos. Nunca percam o

entusiasmo, a energia, o rumo. Não sejam tomados pelo desencanto, pela melancolia,

pelo tédio. Encontrem formas de se realizarem. Nunca arrefeçam…

A esperança deverá ainda temperar a vida dos migrantes, dos exiliados, refugiados e deslocados. Terminem as razões da evasão. Possam regressar, assim o pretendendo, às suas casas, à sua pátria, às suas raízes.

O ano jubilar deverá ainda cobrir com um manto de alegria e consolo os idosos, os avôs e as avós, as pessoas de idade mais avançada, tantas vezes relegadas à solidão, ao abandono, ao confinamento forçado. Sintam sempre o amor dos filhos e dos netos.

E que o ano jubilar seja de revolução para o mundo dos pobres, onde tantos habitam. Duas frases incisivas do Papa Francisco devem merecer a reflexão de todos.

Primeira: «É escandaloso que, num mundo dotado de enormes recursos destinados em

grande parte para armas, os pobres sejam “a maioria (…) milhares de milhões de pessoas”» (nº 15). Segunda: «Renovo o apelo para que, “com o dinheiro usado em

armas e noutras despesas militares, constituamos um Fundo global para acabar com a

fome e para o desenvolvimento dos países mais pobres […]”» (nº 16).

Em suma, que o Jubileu chegue a todos, cobrindo o coração de todos com generosidade, amor e esperança!

Um convite

Alguns locais incutem em nós, de forma natural e sugestiva, um espírito jubilar.

Falam de paz, de cada um consigo próprio, com a natureza, com os outros, com Deus.

Até pode dar-se o caso de nos colocarem no regaço da Mãe do Céu.

Tanto podemos vaguear por entre jardins e flores, como podemos contemplar retemperadoras e magníficas paisagens, como até podemos entrar em casa, numa casa

que é de muitos, mas que é muito nossa, aberta para nós, sempre com braços abertos a acolher-nos. Estou a referir-me, para lá quero atrair, à casa que é a Basílica do Sameiro, à beleza que é o Sameiro, à maravilha que é a acolhedora e terna Mãe, a Senhora do Sameiro.

Com facilidade podemos entrar em clima de oração. Com facilidade unimos o céu à terra. Já agora, também com facilidade temos acesso a dois sacramentos que o Jubileu reclama: o sacramento da Reconciliação (teremos sempre lá, pelo menos, um sacerdote à disposição) e o sacramento da Eucaristia. E ainda poderemos juntar a tudo

isso umas “rosas” (Ave-Marias) para oferecer à Mãe do Céu.

Aqui fica o convite. À ida ao Sameiro. Mas, sobretudo, à vivência plena do próximo Jubileu. Seja, verdadeiramente, um tempo de perdão, de amor e de graça. Seja uma oportunidade única para renovamos a esperança, a nossa, a de todos, mormente a dos que mais precisam!

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